Foi há dois meses... faz hoje dois meses... Palavras tornadas tecidos de veludo que, ao som do silêncio, esvoaçavam pelas nossas mentes a dentro, alegrando os nossos dias e reconfortando as nossas mágoas da nossa, já experiente, adolescência... Essas palavras terminaram mas hoje... hoje decidi relembrá-las... e decidi voltar aos "velhos tempos" e sentar-me á secretária, ao som da noite escura que me evade, a ler "as relíquias"... e então trago-vos um pequeno "cheirinho" daquilo que, por razões ainda um pouco controversas, terminou...
Fica então para recordar...:
Cruzei os braços!
Cruzei-os à sociedade! Esta tão decrépita e desapontante sociedade que, a cada dia que passa, me mete mais e mais nojo! Arrependo-me todos os dias de lhe pertencer e ser incapaz de fazer alguma coisa que a mude.
Tristemente desisti desta porcaria que tanto me afronta... Cruzei os braços! Mas juro-vos que tentei! Tentei enquanto fui capaz de tentar! Tentei até ver que aqueles esforços que fazia não serviam para nada e em nada alteravam o comportamento de quem me lia!
Quantos dias me lamentei por ter parado! Quantos dias pensei em voltar! Quantos dias pensei em juntar-me aos meus camaradas e acabar com esta merda em que vivemos!
Mas não! Não voltei! Não voltei porque não queria ser desacreditado, não queria perder a minha palavra. No entanto, a pedido de um grande amigo, escrevi uma ultima vez! E, sinceramente vos digo, tenho saudades desta Merda!!!!
Voltemos ao tema, já divaguei demasiado...
... Cruzei os braços quando a Sociedade cruzou os seus a mim!
Tudo o que tentava mostrar foi ignorado, aos poucos, por ela. No momento em que ninguém me ouvia, em que ninguém me compreendia... Fugi, peguei nas minhas coisas e deitei-as num caixote, peguei em gasolina e queimei o meu saber por completo... Fiquei olhar para aquelas belas chamas que me contemplavam os olhos ao mesmo tempo que destruíam todo o meu conhecimento... A olhar aquelas belas chamas que, sem saber, me queimavam também por dentro, que corrompiam e corroíam o ser... Aquelas belas chamas... Ai, aquelas belas chamas... Tanto levaram e tão pouco deixaram. Paciência!
Jorge Miguel Leonardo Oliveira
Desculpem, eu sei que não lá muito correcto comentar no meu próprio blog, mas acho que hoje vale a pena... Este texto está magistral, soberbo, até. Acho que é das melhores obras do seu escritor... Não pela situação em que o fez ou para o fim que o fez, mas se tivesse que eleger os melhores textos dele... Ai, de certeza que este estaria lá!
ResponderEliminarPARABÉNS Jorge!
Tens um dom incalculável e que, felizmente, tem vindo a crescer e a amadurecer,... :) Começo a prever o futuro,... E este pode ser visto de duas maneiras, mas eu prefiro sempre ver as coisas pela melhor maneira para os outros, altruísta, portanto... Tento esquecer-me de mim e dos meus sentimentos, que nem sei se os possuo...
Mas, sim... Começo a prever o futuro! ;)
ABRAÇO AMIGÃO!! Sabes que podes e poderás sempre contar comigo! :)
Oh Valentim, só nos queres dar trabalho, ao publicar os teus textos em Webdings x) [Já são muitos seguidos :b]
ResponderEliminarQuanto ao texto, sim está muito bom, apesar de um pouco cruel. Mas às vezes é necessário um pouco dessa crueldade, realista.
É pena o Jorge ter deixado de escrever com a regularidade que escrevia para o blog, mas pelos vistos quanto a isso não há nada a fazer. A única coisa que nos resta é esperar que tu o convenças a fazer mais textos destes (a)
Beijinho, :)
Peço desculpa pela letra pois não tendo o safari, não tenho esse problema e, então, não me apercebo, mas vou já tratar disso! ;)
ResponderEliminarBeijo :)
Sem palavras. Posso não conhecer a verdadeira sensação do autor, mas compartilho-a na forma de expressar e de querer. Fico com o espírito escondido, entre palavras mal construídas e o saber mal-feito. É pena, ficarmos assim, é pena reduzir-mo-nos à insignificância requerida pela sociedade.
ResponderEliminarNão quero dizer muito mais. Estas palavras custam-me caro e não quero continuar a pensar nisto. Infelizmente, sinto-me a voltar, crescente vontade de pensar. Mas não! Não quero pensar, não quero escrever, não quero criticar. Apetece-me fechar os olhos e descansar em paz. E agora desapareço uma vez mais. Adorei o texto, o desabafo e desejo do comovente retorno do autor.
De um amigo,
Júlio Amebeu
Tenho sinceramente que te pedir desculpa pela minha falta de comparência assídua neste teu recanto, senhor Valentim. Quando cá venho agrada-me o que me é dado a ler, de modo que não há justificação aceitável... Enfim.
ResponderEliminarAo senhor Jorge:
Há sempre quem te queira ler, haverá sempre quem te queira ouvir. A sociedade, a sociedade... Esquece-a! Inseres-te nela irremediavelmente, entre estereótipos e influências, e até podes argumentar que não és tu maior (de facto não és, nem somos), mas será a dita sociedade assim tão maior que tu? Não poderemos nós alterar, ou ir alterando, o que nos é próximo, o que está ao nosso alcance?... Olha para ti. Eu olho para o que és hoje e penso: porra cresceste tanto! Tu mudaste. Mudaste, e falas de assuntos sérios, e escreves como ninguém. E deixas-nos orgulhosos. Parabéns.
Bom, para finalizar e porque eu sou chata, em todo o caso:
Não cruzes os braços Valentim. Não cruzes os braços Jorge. Não se conformem. Não desistam. Tentem e voltem a tentar. Tentem e voltem a tentar, outra e outra vez.
Beijo! :)
"Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro da vida e entender que não existem pessoas de sucesso e pessoas fracassadas. O que existem são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles."
ResponderEliminarAugusto Cury